11 agosto 2014

Quebrando a Realidade


É incrível como a imagem que criamos em nossa mente, estereótipos, chega a ser irônico quando tentamos achar essa pessoa na multidão. É como se o mundo que nós desenhamos não existisse, mas existe de um modo que não é a nossa mente que molda a realidade, e sim um poder maior que torna tudo diferente e variado de muitos jeitos, é inquestionável e curioso.

A um bom tempo se formava em minha cabeça a visão de uma pessoa da pele mais branca que a neve, tanto o corpo como a face são delineados com a delicadeza de Vladimir Volevog, seus olhos que provavelmente estariam escondidos por trás de óculos traziam ao mundo um leve mistério, quando o vento passava por seus cabelos era como se belas andorinhas começassem a voar, já o andar transmitia os romances de Shakespeare, talvez uma moça de Paris, e assim era a minha pessoa poética.

E é bem provável que muitos de vocês tinham essa mesma imagem formada, mas agora trago parte da realidade a nós, e digo “parte” por que o universo é uma unidade imensa para se realizar totalmente o que está lá fora.

Várias vezes professora, os óculos ainda sobre os apenas atenuando a loucura, sua pele é uma mistura de raças e, tanto o corpo como a face são difíceis de descrever já que seus movimentos extremamente desengonçados nos distrai, o cabelo não algum balanço, mas muita personalidade. Pessoa poética, nova realidade.

A simples descrição lhe traz a imagem de um desses professores que você teve em seu ensino médio, muitas vezes o denominou de louco, não o culpo, pois fiz o mesmo, e nem estamos errados. A arte, seja qual for, é uma loucura, uma visão distorcida da realidade.

E foi prestando atenção numa aula de literatura e lembrando-me de outras que vi a verdadeira poesia feita em pessoa. Suas roupas eram simples, nada como Paris, a anatomia não era algo de outro mundo, mas estava bem ali, era uma imagem real posta bem a minha frente.

Agora eu sabia que para descobrir quem a pessoa realmente é não basta apenas saber os gostos sobre dela, conversar amigavelmente ou compartilhar do mesmo sangue. É preciso enxergar a paixão em seus olhos espalhando-se pelo resto do corpo, e essa é uma imagem muito rara, sortudos foram aqueles que viram.

Aos meus professores que um dia os vi apaixonados, um agradecimento por terem me feito descobrir que nem sempre o mundo é como desenhamos ou queremos.

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